12 de junho de 2012

Em que momento, entre 1960 e 2012, nos tornamos idiotas?

Estamos em 1960. Joãozinho não fica quieto na sala de aula. Interrompe e perturba o ambiente. É mandado à secretaria da escola e fica esperando até o diretor dar-lhe uma advertência com a sugestão de uma suspensão e até expulsão da escola. Joãozinho esconde o ocorrido dos pais com medo de alguns "cascudos" em casa, mas voltou a se comportar e nunca mais perturbou a classe. Vamos para 2012. Joãozinho é mandado para a psicóloga da escola, o diagnóstico fala de hiperatividade com transtornos de ansiedade e déficit de atenção e recomendado a tomar Rivotril. O garoto transforma-se num zumbi e os pais reivindicam uma subvenção por ter um filho incapaz e ainda processam a escola. Voltamos para 1960. Luizinho quebra o farol de um carro, no seu bairro. O pai tira a cinta e lhe aplica um corretivo no traseiro. Luizinho sentiu o poder paterno, nunca mais foi vândalo, cresceu, entrou na universidade e hoje é um profissional de sucesso. Estamos em 2012. O pai de Luizinho é processado por maus-tratos e fica proibido de ver o filho. Luizinho volta-se para as drogas, delínque e é colocado numa casa de recuperação para adolescentes. Outra volta a 1960. Paulinho cai no pátio da escola e machuca o joelho. A professora encontra o garoto chorando e o abraça para confortá-lo. Rapidamente, Paulinho se sente melhor e continua brincando. Pátio em 2012. A professora é acusada de não cuidar das crianças e Paulinho tem cinco anos de terapia pelo susto, seus pais processam a escola por danos psicológicos e a professora, por negligência. A professora renuncia à docência, entra em aguda depressão e se suicida. Retorno a 1960. Qualquer bagunça na aula era motivo de repreensão do professor com advertência aos pais e em casa sabíamos o que nos esperava... Em 2012, bagunça na aula resultava no professor pedindo desculpas por alguma palavra áspera. Mas os pais vão à escola, registram queixa contra o mestre e trocam o notebook do filho para evitar algum trauma futuro. Onde foi que erramos?


É mentira?
Quando o Horário de Verão foi implantado no Brasil, nós apenas adiantávamos o relógio em 1 hora. No novo milênio, o Horário de Verão provoca transtorno em nosso relógio biológico, depressão e medo de sair de casa ainda no escuro por causa dos assaltos. Dá vontade de faltar ao trabalho.


Férias
Nossas férias em 1960 eram uma ida única à praia num Gordini ou num Fusca. Os 15 ou 20 dias relaxavam a família, com o lazer do jogo de cartas, víspora ou uma boa leitura e muita praia e passeio nos cômoros. Em 2012, voltamos de Cancún numa viagem a ser paga em 12 vezes, cansados, e com a ansiedade de uma readaptação ao nosso cotidiano.


Bingo!
Nesta semana, uma professora foi agredida a socos e pontapés por um aluno de 7 anos, em Santa Maria. O menino foi encaminhado a um psicólogo e o pai não compareceu à escola, alegando que estava no trabalho.


Trabalho
Em 1960, quando um funcionário era flagrado fazendo "cera" recebia uma severa advertência do chefe e, envergonhado na frente dos colegas, tomava jeito e ia trabalhar. Em 2012, o chefe tem cuidado em saber o que estava ocorrendo com o funcionário que "desestressava" no horário de trabalho. Mesmo assim, o "trabalhador" acusa-o de bullying e assédio moral, processa a empresa que toma uma multa, paga indenização e demite o chefe.

Em que momento entre 1960 e 2012, nos transformamos em idiotas?

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O texto acima, descobri  na coluna do Rogério Mendelski no Correio do Povo de 22 de abril deste ano. Trata-se de um texto anônimo que anda aparecendo por e-mail.

Me identifiquei tanto com este texto…ultimamente tenho conversado muito com o meu chefe lá no emprego sobre este assunto. Ele tem mais de sessenta anos a é do tempo em havia respeito neste país. Lembro-me de quando fiz o ensino médio, na época “segundo grau”. A coisa já estava degringolando, com alunos maltratando professoras, e bagunça dentro da sala de aula. Já tinha essa coisa de pais reclamarem do professor, ignorando totalmente a autoridade do mestre. Professor é sagrado, e aluno tem que se submeter à disciplina, penso assim.

Esse mundo parece cada vez mais, um cavalo solto, sem rédeas.

Cirno é uma boa aluna.

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